O Rácio de Autonomia Financeira e a sua importância

Alexandre Brandão – Consultor na Azevedo Brandão e Associados

Este rácio é um dos mais utilizados pelos bancos na hora de aferir o equilíbrio financeiro de uma empresa. A verdade é que ele dá-nos a relação que existe entre o capital próprio e o ativo líquido de uma empresa, por outras palavras é a percentagem do capital próprio que serve para financiar a atividade de uma empresa.

O valor ideal de Autonomia Financeira para uma empresa depende de vários fatores, nomeadamente: o objetivo de quem faz a análise, o sector de atividade da empresa, a tipologia de financiamento efetivo, e da expectativa dos sócios ou acionistas em termos de rentabilidade financeira (lucro).

Ainda assim podemos dizer que, na perspetiva dos sócios ou acionistas, um rácio de autonomia financeira baixo – normalmente quando for inferior a 30% – indica-nos que a atividade da empresa é financiada em grande parte por capitais alheios. Isto é positivo nos casos em que a rentabilidade da empresa é acima do sector, porque os sócios e/ou acionistas correm um risco baixo e tem uma boa remuneração do capital investido. Do ponto de vista de gestão da empresa um rácio baixo não quer dizer necessariamente dificuldades na tesouraria, porque o rácio não deve ser analisado isoladamente, mas sim em conjunto com outros indicadores. Como por exemplo prazo médio de pagamentos, prazo médio de recebimentos, prazo médio de stock, entre outros indicadores. Apesar do que ficou dito um rácio baixo requer mais atenção. Em empresas que recorrem frequentemente a Financiamentos bancários de curto prazo para necessidades de tesouraria, ter um rácio de autonomia financeira baixo pode ser grave, podendo até inviabilizar determinadas operações, encarecendo o custo do financiamento, isto porque uma empresa com rácio de autonomia financeiro baixo do ponto de vista bancário apresenta um risco maior. Pelo que podemos resumir o que ficou dito com a seguinte fórmula:

Rácio de Autonomia Financeira= Capital Próprio/Ativo Líquido.

Como ficou referido supra, um rácio baixo, inferior a 30%, pode ser crítico dado a dependência de financiamento externo quando as margens são também baixas. Em contrapartida pode ser benéfico quando as margens líquidas são superiores ao sector de atividade, favorecendo assim a rentabilidade financeira da empresa. Um valor aceitável pela generalidade para o rácio de autonomia financeira situa-se entre os 30% e os 60%.

Um rácio demasiado elevado, acima de 60%, determina uma rentabilidade financeira (de capitais próprios) mais baixa, o que pode não ser interessante do ponto de vista dos sócios ou acionistas.

Somos da opinião que a autonomia financeira a definir como objetivo pelos gestores, deverá ser a que vá de encontro aos interesses da gestão, a que garanta a continuidade e sustentabilidade do negócio, e a que não provoque riscos de Solvabilidade

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