Atualmente Inteligência artificial (doravante I.A.) não é um termo desconhecido da maioria dos empresários. Constitui, no campo das ciências da computação, a inteligência que é demonstrada por máquinas, por oposição à inteligência demonstrada pelos humanos e outros animais. São os mecanismos que apreendem os dados do meio envolvente, processam esses dados, e consequentemente aprendem com eles, influenciando a sua forma de atuar.
Nas formas mais conhecidas de IA podemos incluir os chamados assistentes digitais, chatbots ou as machine learning.
O tema tem sido alvo de importantes debates já que muito se questiona se a IA, que em tanto facilita a vida humana, será o carrasco que vai substituir a mão de obra humana nas empresas. No entanto recentemente têm surgido estudos, no sentido oposto: a IA irá criar mais postos de emprego do que aqueles com os quais irá acabar. Quem defende esta tese fala numa inteligência aumentada como a junção de IA à inteligência humana.
Por sua vez, os CEO das empresas acreditam que a IA terá um enorme impacto não só nas suas empresas, mas também na sociedade.
Parece-nos, no entanto, que permanecem sem resposta algumas lacunas, que devem ser pensadas e preenchidas antes de avançarmos com esta revolução. Cremos que é preciso olhar para a IA e conciliar com determinados pilares que devem ser definidos para não se dar andamento a uma revolução industrial, mal preparada. Aliás, em alguns países na União Europeia, mais desenvolvidos na matéria, já começaram a implementar pequenas mudanças em áreas como sejam:
– Capacitação industrial e tecnológica;
– Preparação das alterações socioeconómicas;
– Enquadramento ético e lega.
A capacitação industrial e tecnológica passa por implementar medidas de investimento na investigação e desenvolvimento da IA, promover o acesso aberto a dados do setor público respeitando a privacidade dos dados pessoais ou a investimento em infraestruturas.
Mas para que isto ocorra, é previsível que seja necessária a preparação das alterações socioeconómicas, e para tal, deve-se educar e requalificar as competências, fomentar a colaboração entre empresas e instituições de ensino, requalificar as empresas, atrair investidores e, acima de tudo duplicar os diplomados com formação na área.
Ao nível do enquadramento ético e legal, também aqui é necessária maior definição. Não nos parece que baste impor a obrigatoriedade de um regime geral da proteção de dados. É necessário promover políticas de transparência e justa utilização de dados e abordar estas questões no próprio sistema educacional que se deve adaptar às mudanças da tecnologia. Mas acima de tudo, achamos que seria de grande valor a criação de especialistas internacionais em IA, de forma a garantir o desenvolvimento de inovações seguras, éticas e disruptivas.