Temos que mudar o paradigma de internacionalizar para África
Se a União Europeia deseja verdadeiramente criar uma “parceria justa e igualitária” com África, deve trabalhar com os países parceiros para criar uma economia sustentável e inclusiva.
Até aqui todas as empresas da união Europeia viam África como oportunidade de ganhar dinheiro e o recapitalizar na Europa. Chegou o momento de dizer: basta!
Isto implicará necessariamente uma reorientação da economia de modo a servir às pessoas e ao planeta, e não o contrário.
Será também necessária uma revisão profunda das relações económicas, financeiras e comerciais entre os dois continentes. Só assim será possível corrigir as enormes desigualdades e desequilíbrios de poder entre África e a Europa.
Quem hoje quiser trabalhar com África tem que perceber que os líderes africanos mudaram: querem na verdade capacitar o povo com formação e com infraestruturas capazes de fazer evoluir o país.
Infelizmente, os esforços até à data têm sido tímidos, mas já se vê grandes melhorias na classe política africana. Querem fazer bem!
Ora, as empresas europeias que operam nos países africanos continuam a explorar os seus recursos naturais sem pagar preços justos por esses recursos.
Também a mentalidade aqui tem que mudar! Quem quiser, hoje, ter êxito em África tem que saber que tem que contribuir para uma economia sustentável e para uma economia inclusiva. Nem todas as soluções estão nas mãos da Europa… Mas muito mais poderia ser feito.
Os líderes africanos querem fazer a sua parte para melhorar as condições de vida do seu povo, mas precisam que de investidores conscientes em áreas como infraestruturas, energia, tecnologia, investigação e desenvolvimento, mas que construam uma economia robusta que sirva às pessoas.
Hoje, torna-se evidente que todas as empresas privadas devem alterar os seus métodos de produção de modo a limitar os danos para o ambiente e a exploração das pessoas.
Esse desiderato já está há muito enraizado na Europa, então porque não levam essas boas práticas para África?
Eis a pergunta essencial.
A resposta é simples: Europa e África tem que trabalhar em conjunto.
O esforço é de todos e nós na ABA fazemos a nossa parte!