Que as tecnologias vieram para ficar já se sabia, mas desconhecia-se que elas poderiam ter um impacto tão grande no mercado de trabalho. A inteligência artificial e a automação viram dar uma volta de 180 graus no mercado e para manter a competitividade, os próprios modelos de negócio tiveram de saber adaptar-se.
Hoje em dia, em qualquer profissão, exigem-se competências informáticas que há uns anos apenas eram associadas a trabalhadores da área da informática ou eletrónica. Espera-se que saibam trabalhar com documentos digitais, que entendam conceitos básicos de marketing digital, que consigam recolher e tratar dados, entre outros. “Multidisciplinar” é cada vez mais um termo presente no léxico dos trabalhadores, que devem ter capacidade de adaptação, autonomia, conhecimentos da matéria, criatividade, noções de marketing, umas ideias de design e acima de tudo, a cereja no topo do bolo, conhecimentos sólidos de informática.
Parece-nos que este é o tipo de trabalhadores – o whole package – é o mais procurado, porém ainda escasso.
Mas ao contrário do que possa parecer, o sucesso desta transformação depende, não apenas dos trabalhadores, mas ainda em grande medida das empresas. É delas que tem de partir o investimento nos colaboradores, para conseguirem enfrentar melhor os desafios futuros.
Estudos demonstram que na Europa, até 2020, 90% dos postos exigirão competências informáticas e 55% da população portuguesa não acompanha esta evolução.
No entanto parece-nos que a inteligência artificial terá uma forte palavra a dizer no que toca à competitividade do negócio e, portanto, no desenvolvimento das empresas, mas para que isso aconteça é necessário investir na formação dos trabalhadores. O caminho ainda se avizinha longo…